domingo, 16 de janeiro de 2011

Animal não é brinquedo...

E aí, gente?!

É o seguinte. Estou querendo postar aqui sobre o abandono de animais há algum tempo... mas não consigo achar tempo...

Com as chuvas da região serrana do RJ, ficou ainda pior. Enfim, eis que achei um tempo pra pesquisar um pouco sobre leis e como devemos proceder nesses casos. Eis-me aqui para tentar instruir melhor algumas pessoas sobre como proceder com seus animais e pessoas más que abandonam os mesmos.




No começo de 2011 resolvi que teria um gatinho. Já tenho dois cães (Adamastor, Cocker, e Thibúrcio, Yorkshire) e um gato (Francisco, SRD).

Sendo assim, chamei minha melhor amiga, Ana Carolina e fomos ao Parque do Flamengo, RJ. Onde já conhecemos e sabemos que uns animais desprovidos de coração abandonam gatos.

Eu tinha a preferência por um filhote, pela adaptação mesmo com os meus outros FILHOS.

Não tinha nenhum “filhotinho-filhotinho” mesmo. Mas tinha o Homero. Um gatinho que achávamos que era gatinhA e que é cego.

(Olha que coincidência: No natal de 2010 eu dei um livro pra Carol – A Odisséia de Homero – que contava a história de uma gatinho cego, suas dificuldades e descobertas.)

Carol ficou com ele, depois de muito choro, claro!


Porque nos parte o coração saber que existem pessoas capazes de tamanha crueldade – abandonar e maltratar uma criatura tão divina que inspira tanta paz e retribui um olhar nosso com tanto amor.


E, depois de tanta coincidência, a gatinha que, na verdade, é um gatão, tinha que se chamar Homero, né?! Que, como disse a Madalena (pessoa que tentar cuidar dos gatos daquela região) ganhou sozinho na mega-sena da virada. E ganhou mesmo!

Fomos com ele pra Suipa (MEU DEUS! O que é aquilo?). Eu nunca tinha ido pra Suipa. E preferia que nunca tivesse ido. Mas, algumas vezes a gente tem que tomar uns CHOQUES DE REALIDADE pra perceber que somos muito pequenos diante da imensidão da natureza, diante da imensidade da vida e da burrice que nos utilizamos quando à desperdiçamos, seja ela nossa ou de outrem.

Saí de lá um bagaço. Triste, cansada (já tinha passado a noite inteira trabalhando), com um sentimento de incapacidade, desiludida, mas... feliz pelo Homero.

Hoje ele tem um lar, uma família e, principalmente, muito amor. Tenho certeza da felicidade que ele vem proporcionando a ela, que já tem outros nove gatos e 2 cachorros. E a mim, que sou uma coadjuvante nessas descobertas. Como ela mesma diz, sou a madrinha do Homero.

Vez ou outra ele nos dá alguns sustos mas, no mais, ele é só alegria e só traz alegria.. por onde passa.


- Mas eu continuei sem um gatinho –



Passei outro dia pelo Parque e descobri que haviam abandonado um filhotinhoinho... muito inho na rua.


Meu povo, o bichinho não tinha uma semana! De olhinhos fechados ainda. Totalmente abandono de incapaz!




Que criatura é essa que é capaz de tamanha crueldade?

Que coração é esse que olha pra um bichinho e não sente nada?


É impossível, como diria Samuel Rosa, ver um bichano pelo chão e não sorrir!


Mais incapaz ainda é essa criatura que, supõe-se ser racional. Incapaz de ser um SER HUMANO de verdade.


Preciso lembrar que os crimes contra animais (fora o de caça) demandam certos cuidados à sua materialização, por exemplo, o abandono pode ser caracterizado (art. 29 da Lei Fed 9.605/98 - Lei dos Crimes Ambientais). Com pena prevista de detenção de três meses a um ano, além de multa a ser estipulada pelo juiz.


Enfim, perguntei à Madalena, bem mais experiente que eu com gatos, se eu tinha alguma chance de salvá-lo.


É preciso que saibam que o estado do Parque é uma calamidade. A prefeitura do RJ, administradora do local, nada faz para ajudar, os funcionários de lá só servem pra maltratar os bichos e a infra-estrutura é um lixo só. Vazamento de esgoto, de água... O que está causando uma gripe forte nos gatos.


E esse filhotinhoinho, muito inho, não teria chance alguma ali.


Pedi ajuda à São Francisco, à Deus e me dispus à tentar... um destino pior ele teria ali. Peguei uma receita “milagrosa” com a Madalena para filhotes recém-nascidos, peguei meu filhotinhoinho e corri pro veterinário.

Quando a Veterinária Miliam, da clínica veterinária que cuida dos meus filhos, viu aquele cotoquinho de gato em meus braços fez uma cara de “ele não vai resistir” que me partiu o coração, mas não me desanimou e disse: “Ele tem chance, você se dispõe à tentar?” E eu disse, aos prantos, que sim!

Comprei o leite para filhotes de gatos, passei na farmácia e comprei uma pequena seringa, um pedaço de borracha com um furinho (que eu não sei o nome) e corri pra casa, pra começar a minha missão mais que difícil.

Já não dormia há dois dias e estava um bagaço. Mas não esmoreci!

Peguei uma caixinha de sapatos, deixei toda fofolete, aqueci o filhotinhoinho bastante, peguei um cachorrinho de pelúcia meu e o coloquei lá. Certifiquei-me de que ele estava aconchegado e alimentado.

Coloquei o celular pra despertar de duas em duas horas e fui tirar meu cochilo com ele do meu lado.


Na primeira hora que o alimentei foi BEM difícil. Pra ele que não conseguia mamar aquele treco estranho que eu arrumei. Tudo o que ele queria era a mãe dele, que algum monstro lhe tirou esse direito. E pra mim que comecei a ficar desesperada por não conseguir alimenta-lo. Mas, depois de muito tentar, conseguimos. Nós dois. Juntos! Numa parceria de sucesso.


A segunda vez foi mais tranqüila e a terceira foi comovente!

Quando eu coloquei minha mão na caixa pra pegá-lo ele ficou todo serelepe como quem diz: “Minha mãe chegou, vou matar a minha fome!”.

Como pode uma ligação tão forte em tão pouco tempo?

Mas todo o meu esforço e o dele em sobreviver não foram suficientes contra a força maior... a força da mãe natureza!

Já no final da noite desse dia turbulento, ele estava bem molinho e eu fiquei muito assustada... Fomos para o veterinário mais uma vez e no caminho, o coração dele batia bem devagarzinho e eu tentei fazer uma massagem cardíaca naquele corpo tão pequenininho que cabia na minha mão e ainda sobrava... e ele deu um suspiro forte e foi embora... lá pro céu dos bichinhos.

E eu me senti uma porcaria de gente.

Uma incapaz. Não queria aquilo pra ele nem pra mim. A gente estava indo bem! :(

Mas a vida é assim. Feita de encontros e desencontros, vitórias e perdas. Em algum lugar já estava escrito que nós dois tínhamos que passar por aquela experiência.


O que nos resta é aceitar e tirar algum aprendizado disso tudo.

Eu ainda não consegui tirar a parte do aprendizado... Ainda não evolui a esse ponto. Só consigo ficar com raiva das pessoas e cada vez mais tentando me isolar delas... Em sua maioria elas me fazem mal.




Eu continuo sem o meu gatinho.

Mas acho que logo, logo, consigo um.

E quanto às pessoas que querem adotar um amigo-bicho, é necessário que saibam que tipo de bicho vocês desejam, levando em conta, é claro, a raça, o tamanho e, principalmente, o temperamento do animal.

Evitem comprar de criadouros irresponsáveis, que vendem animais doentes. A melhor opção é mesmo a adoção. Vocês não fazem idéia da quantidade de animais que esperam e necessitam de um lar, de uma família...

Lembrem-se que sua casa ou apartamento precisa ter espaço suficiente para a espécie escolhida.

Certifique-se de estar disposto a cuidar dele por toda vida - cães e gatos chegam a viver de dez a 20 anos -, incluindo em férias e períodos de ausência. Eles sentem muito a falta de seus donos.

Não se esqueça de que ele é um ser vivo e não um produto que se pode trocar, jogar fora ao apresentar "problemas" ou tornar-se "obsoleto".

Além de alimentação e abrigo, ele precisa de muito carinho e atenção e deve ser levado sempre ao veterinário, o que implica custos.

Assim como o dono, o bicho também necessita de exercício físico com regularidade e gosta de passear.

Ele não deve ficar sozinho em casa por longos períodos. Cães deixados soltos latem, choram e incomodam a vizinhança.

Se não deseja filhotes, a melhor solução é castrá-los; enquanto isso não ocorre, prenda o animal na época do cio. Quem ama, castra.


Encontrei uma pesquisa que indica os motivos torpes que levam ao abandono de animais... Dá vontade de chorar de desespero.


Segue:


Motivos alegados para o abandono



Atitudes "infantis" do filhote (rói objetos pessoais, faz xixi em local indesejado)

Deficiência física do animal

Desemprego ou crise financeira do dono

Doença crônica ou seqüela de acidente

Idade avançada do bicho

Morte de quem tinha vínculo com o animal

Mudança de casa para apartamento

O animal está esperando filhotes

Problemas de comportamento (agressividade, ausência de adestramento)

Separação conjugal



Fontes: ONGs Instituto Nina Rosa de Promoção e Valorização da Vida Animal, WSPA e Ipab (Instituto de Proteção ao Animais do Brasil)



Pensem MUITO bem antes de pegar um filhote... eles crescem! E sempre vão precisar de você e esperam contar com isso.

Porque pra eles nós somos heróis. Portanto, não os desaponte!


E se você, simplesmente, não é capaz de entender... RESPEITE!



Beijocas,


Raquel Moren.



Um comentário:

  1. Aiin que lindo!!! Obrigada por dedicar um pedaçinho do seu blog ao nosso grande e amado, Homero. Ele agradece demais a dinda Raquel que ele com certeza já ama muito =)
    Até porque por "culpa" sua, hoje ele nos proporciona toda essa alegria que eu insisto em compartilhar com você, toda hora via sms! rs

    Adorei também o alerta sobre o abandono e maus tratos... Mas acho que isso é um ciclo sem fim, o que podemos fazer é nossa parte, lembra???
    Nem todo o ser que se diz humano é evoluido ao ponto de preservar uma vida canina, felina e etc... Os famosos "pobre de espirito"!!
    Mas nunca é demais tentar alertar e fazer como que esses "idiotas" pensem de outra forma.

    Te amo demais, Homero também. E sei que esse amor pelos bichitos nos une mais e mais... sempre!!!

    Adoreiiiiii o post =)

    ResponderExcluir

Obrigada pelo seu comentário!
;)
Volte sempre! Bjs.