domingo, 27 de novembro de 2011

Pra ele:

Não te amo como se fosse rosa de sal, topázio
ou flecha de cravos que propagam o fogo:
te amo secretamente, entre a sombra e a alma.

Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, oculta, a luz daquelas flores,
e graças a teu amor vive escuro em meu corpo
o apertado aroma que ascendeu da terra.

Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
te amo diretamente sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira,

Se não assim deste modo em que não sou nem és
tão perto que a tua mão sobre meu peito é minha
tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.
(Pablo Neruda)

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Tudo vale à pena...

 ... quando a alma não é pequena. (Fernando Pessoa)















" A RAZÃO DOS CÃES TEREM TANTOS AMIGOS, 
É PORQUE MOVEM SUAS CAUDAS MAIS QUE SUAS LÍNGUAS ." 

Se usarmos nosso tempo, dedicação, atenção para proclamar sorrisos, felicidade e amor, tudo fica melhor, tudo se transforma .

A forma de algumas pessoas levarem a vida, com mais leveza,
com um sorriso no rosto e felicidade estampada em atitudes,
faz com que prestemos mais atenção nas simples , porém valorosas dádivas que nos são concedidas todos os dias.

As pessoas precisam AMAR mais , ajudar mais e julgar menos. 
Todo mundo é igual e estamos todos destinados a um mesmo futuro, a morte .
Mas apesar desse destino certo, cabe a cada um a liberdade de escolha enquanto respira.

Como você decide viver a vida é o que faz diferença nos momentos em que passar por provações. 

sábado, 20 de agosto de 2011

Minha velha infância.




E aí, minha gente?!
Há quanto tempo não posto nada aqui no blogger... A vida deu um “tilti”. Um monte de coisa acontecendo... um monte de coisa acontecendo errado... me perdi e me encontrei e me perdi de novo por inúmeras vezes num mesmo intervalo de tempo.

Nossa!
Estive à beira do precipício e, voltei! Sobrevivi.
Graças a Deus EU SOBREVIVI... Aliás, estou tentando continuar viva! ;)

Passou! Tá passando! Vai passar de vez, já, já!
Mas tenho que confessar que ainda estou me readaptando à todas essas mudanças. E à todas as minhas expectativas de uma nova Raquel. Menos sentimento... mais razão.
Será que eu consigo?

rsrs

Pelo menos, tentarei. Apesar de todo esse sentimento que exala pelos meus poros.
Enfim...

Na verdade, vim até aqui pra falar da minha velha infância! Numa comparação muito tênue entre a minha velha infância/adolescência e a atual.

Isso tudo porque um amigo postou em sua página social:

“Sou do tempo em que Mc Donalds custava R$ 4,50. Meninas de 11 anos brincavam de bonecas, meninos de 13 anos assistiam Cavaleiros do Zodíaco, As músicas tinham coreografia, tênis de luzinha era essencial, Kinder Ovo era R$ 1,00. Maquiagem era coisa de gente grande. Pra saber da vida de alguém só lendo os cadernos de perguntas que fazíamos. Crianças tinham “tamagoshi” e não celular. Mertiolate ardia. Gameboy era questão de status.”

Nossa!
Essa postagem me fez navegar em lembranças do tempo mais feliz da minha vida.
Quanto tudo era mais fácil e tão imediatista! (rsrs)

Sou do tempo em que “olhos nos olhos eram essenciais”; em que um abraço era muito mais que um “eu te amo, num mural de rede social”, valia muito mais, significava muito mais. Hoje em dia colegas de trabalhos, um ao lado do outro, cumprimentam-se via rede, sem um contato.
E o contato é essencial!

No meu tempo tudo era eterno num dia e no outro tornava-se o nunca! rsrsrs. Hoje chega a ser engraçado.

Adorávamos brincadeiras de rua... bola de gude, pipa, elástico, queimado, pique-isso, pique-aquilo... rs
Era uma luta pra minha mãe conseguir me fazer entrar em casa. 
Meu pai tinha que "tomar" as pipas que os meninos conseguiam de mim. 

Tempo bom, coisa boa!

No meu tempo, e eu nem sou tão velha assim, as crianças eram mais ingênuas, mais inocentes, mais crianças, sabe? Os adolescentes eram mais educados, mais gentis, mais sociáveis... e, em grande parte, infantis... o que era uma coisa boa! 

Era tudo tão melhor. Tudo era tão real...
Éramos tão mais felizes... Felizes de verdade!

Tem como voltar no tempo?! Por favor! ;)

(Raquel Moren)

domingo, 31 de julho de 2011

Só tenho tempo para caminhar perto de pessoas de verdade!




O valioso tempo dos maduros
(Mario de Andrade)

"Contei meus anos e, descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.

 Não quero estar em reuniões, onde desfilam egos inflados.
 Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.

Detesto fazer acareação de desafetos, que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.
As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana, que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade...

Só há que caminhar perto de coisas e pessoas de verdade.
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial."

#E tenho dito!

domingo, 24 de julho de 2011

Quero acordar amanhã e ver...


... que o mundo mudou de forma;
que as pessoas ficaram menos uniformes, menos triangulares, menos quadradas e, que conseguiram entender que a melhor forma é a redonda... onde não tem fim, nem meio, nem começo... 
Quero acordar e ver que o ar mudou de cheiro... Cheiro de chuva no fim da tarde, cheiro de terra molhada, cheiro de gente querida, cheiro de beijo molhado, de abraço apertado...
Quero acordar com o dia de outra cor. Cor de saudade, cor de vontade de arriscar, azul celeste...
Quero acordar amanhã acreditando!

Acreditando... Amando... Vivendo... Aprendendo... Encantando...

Quantas horas faltam para chegar este amanhã? :(

Acreditando... Acreditando... Acreditando...

(Katia Prado)


quinta-feira, 7 de julho de 2011

Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão.


Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu....
Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.
O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.
Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".
Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.
Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..
E lembra-te:
Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão!

domingo, 5 de junho de 2011

O Pinto do Negão...


Lindo, né?! ;)

Uma homenagem ao Ed e a todos os outros que se vão e deixam uma dor enorme pra quem fica!

Pois é, galerinha.
Hoje estou aqui por uma questão triste...

Estava eu lá, no facebook, quando leio uma postagem tão triste de uma amiga que perdeu seu melhor amigo, o Edward. 
De uma forma tão grosseira e drástica. Porém, de qualquer que fosse a maneira, perder um amigo é sempre terrível, não há uma melhor maneira para perder quem amamos... :(

Num desses comentários dela, ela deixou subentendido que alguém "desvalorizou" (a palavra que quero usar não é essa, mas... tá valendo) seu sofrimento por se tratar "apenas de um cão". 

Deve ser muito difícil mesmo pra qualquer mortal entender o que esses seres, esses anjos peludos de quatro patas são pra gente. 

Chico Xavier, sabiamente, disse que quem não ama um animal, nunca soube o que é amar de verdade. Por isso, por essas e muitas outras, por essas pessoas, só posso sentir pena. 

Tenho pena por que elas nunca conheceram, nunca viveram nenhum de seus sentimentos intensamente. Foram todos superficiais. 
Porque alguém que nunca recebeu um "lambeijo" todo desesperado quando chegou em casa, depois de um dia inteiro de trabalho, não sabe o que realmente quer dizer saudade.

Quem não tem alguém à sua espera, aos prantos e latidos e pulos, mesmo você estando na esquina de casa... não sabe o que é ansiedade. Tampouco o que é viver sobre uma mesma frequência que outrem.

Porque você acordar com uma mega festa, só porque ele percebeu que você acordou... e isso pra ele é excepcional... não sabe o que é ser essencial pra alguém.

Quem não sabe o gosto de sabão, nunca deu banho num cachorro. E quem nunca deu banho em um cachorro nunca soube o que é tomar banho... quando a intenção era dar banho.. e isso se transformar na menor, e ao mesmo tempo, melhor das alegrias da sua vida!

São infinitos os motivos pra amá-los. 
Eles são seres superiores que vieram ao mundo com a missão de nos ensinar a amar melhor. Sem interesse algum, sem segundas intenções.

E aí.... muitos que estão lendo isso aqui pensarão: "Ahh, Raquel, vai ter um filho e pára de encher a paciência".

Beleza, como muitos me criticam e me criticarão para sempre.... Se vocês não são capazes de entender, apenas respeitem. Eu sei o que é o amor, eu sei o que é amar e ser amada da forma mais pura. Meus filhos me amam, porque me amam... Porque eu basto pra eles... E eles me bastam.

Porque aquele brilho no olhar deles quando a gente se vê é tudo o que eu preciso pra ser feliz.  

Portanto, nunca menosprezem o sentimento de alguém. A dor da Família do Edward, só eles sabem e podem descrever... E se você não pode fazer/falar nada que possa amenizar isso... abstenha-se. 

[foto: Edward]

Que São Chiquinho amenize a dor da Família do Edward. Que ele seja sempre uma linda lembrança. Que esse brilho do olhar dele nunca se apague dentro do coração de vocês.

Aos meus filhos o meu muito obrigada mais uma vez por fazer da minha vida um lugar melhor pra eu viver e ser feliz!

Beijos!

Luz e consciência sempre,

Raquel Moren.

sábado, 14 de maio de 2011

Cotas?

Oi, galera.

Minha prima mandou-me um e-mail onde dizia que teria cotas em concursos púplicos também. 
E como em toda discussão, o assunto "cota" é sempre muito polêmico. 
Mas nesse, em especial, eu li uma coisa que chateou. 
Alguém disse:

"Me dei bem!!! RS!
Ninguém mandou ser branquinha!!!! kkkkkkk"

Isso não é uma forma de preconceito? 
Enfim, preferi não me meter na história. Ela tinha mandado pra mais pessoas além de mim. Mas, depois essa "piada", não tive outra opção. Tive que responder.

Minha indignação era tanta que a resposta ficou com a cara do blog. Sendo assim...

Ei-la aqui:

O grande problema é que o brasileiro, de uma forma geral, gosta de uma facilidade. Temos aí as bolsas tudo que o governo dispõe às famílias. Por que eles não instruem essas "mães" a terem menos filhos? Por que não criam empregos ao invés de dar-lhes bolsa gás, bolsa luz, bolsa isso, bolsa aquilo.
Fazer o quê?!
É dessas pessoas que sai a grande maioria dos votos pra esses incompetentes que estão aí no poder. Óbvio que eles optam por quem lhes dá o peixe, como diria o ex-presidente Lula. Pra que eles precisam aprender a pescar?

Indiscutivelmente nosso carrasco é a educação, ou melhor a falta dela. O que não necessariamente está ligada à questão financeira. Quantos monstros, "filhinhos de papai" nós temos soltos, impunes por aí? Com suas contas bancárias transbordando, mas sem educação nenhuma, sem respeito nenhum pelo outro, achando que o dinheiro compra tudo.

Lamento informar-lhes mas, não. O dinheiro não compra tudo. Pode ser até bastante coisa, mas não é tudo. Dinheiro não compra um bom coração, não compra um bom caráter, não compra amizade, não compra amor.

Mas essa a nossa realidade, não é?!

Se cada um de nós arregaçarmos nossas manguinhas e tomarmos uma atitude... estilo corrente do bem mesmo. Cada um fazendo o seu melhor, dentro de suas possibilidades e realidades, tenho certeza que teremos um MUNDO muito melhor.

Hoje nossa sociedade é só hipocrisia. Nela tem-se a ideia do "racial" somente para negros, já perceberam? Seriam os negros a única raça? Caucasiano não seria uma raça?

Sim, somos uma raça sim. E, se bem repararem, sofremos preconceito, discriminação. Mas só vai preso, só é criminoso quem discrimina o negro.

Uma criatura que me agride verbalmente, chamando-me de "branquela azeda" (como bem mencionou minha prima), é menos criminosa do que outra que agride um negro chamando-o de preto?

Tá na hora das pessoas começarem a abrir seus olhos para enxergarem ao invés de somente verem.

E a discriminação contra imigrantes nordestinos para o sul/sudeste do país? E a discriminação contra os índios?

É porque atear fogo em um índio é normal? Não, não... Mas, PRÉconceito racial é só para negros.

Ah, e já tem cota pra índio sim.

E assim voltemos ao assunto cota! Concordam comigo que é muito mais fazer "cotar" vagas que melhorar a base do ensino brasileiro?
Hoje temos milhares de analfabetos funcionais por aí, ou seja, "sabem" ler e escrever mas não conseguem interpretar o que estão lendo. Segundo a UNESCO, apenas 1 em cada 4 brasileiro consegue ler, escrever e utilizar essas habilidades para continuar aprendendo.
Que maravilha! Não sabem interpretar? Tudo o que o governo precisa, não é?!

Nossa base na educação é precária demais.


De todos os "desfavorecidos" dessa não-educação que entram em uma universidade, quantos terminam seus cursos? Conseguem eles acompanhar, sem aquela falada base forte, suas turmas?

Não, gente. Óbvio que não.

Mas ao invés de melhorar nossa base, reforçar nossa educação (e não duvido que daqui a alguns anos tenhamos a aprovação automática nas universidades também. Alguém duvida?), vamos dar vagas à eles. Eles não querem o 3º grau? Demos a eles as vagas... o resto é com eles.

Estamos indo em direção à um abismo gigante da ignorância. Mas, não sei porque, as pessoas preferem se omitir. Fazem-se cegas perante tanto horror.

Imaginem, que maravilha sermos atendidos, num futuro próximo, por médicos "cotistas"... Melhor ainda, sermos atendidos por um médico cotista, formado em uma instituição com aprovação automática...

E eu vos pergunto: Algum de vocês confiaria seu filho nas mãos de um profissional desses?

Minha gente, o problema não é racial, é a educação desse país que anda muito mal das pernas. Esse país está doente.


Pros "dominantes", parem e pensem, é muito melhor um povo leigo, sem educação/informação/
interpretação, que um povo que conhece, que sabe, que debate, que diferencia, que não se corrompe, que faz suas próprias escolhas.

Criar cidadãos e instruí-los seria "dar tiro no próprio pé", afinal, quem em sã consciência votaria em tantos deles??

Logo, vamos enganar esse povo. Eles (em grande maioria) gostam.

Antigamente "dividia-se para governar", hoje temos o não-educar, o subornar, o ludibriar, o subordinar para manterem seus votos e o "poder". Sem gastos. Com o meu e o seu dinheiro bancando a mordomia deles.


Pra quem é (ou era) a favor, cota é mesmo a solução?

 
É o momento para reflertimos sobre essa sociedade que criamos.
Beijos em todos,
Raquel Moren.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Desejo a vocês!

Desejo a vocês
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
...Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
Chope com os amigos
Viver sem inimigos
Filme na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Ouvir uma palavra amável
Ver a banda passar
Noite de lua cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não ter que ouvir não
Nem nunca, nem jamais
Nem adeus
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho
Sarar de resfriado
Escrever um poema de amor
Tomar banho de cachoeira
Aprender uma nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas com alegria
Uma tarde amena
Calçar um chinelo velho
Tocar violão para alguém
Vinho branco
Bolero de Ravel
E muito carinho meu
(Carlos Drummond de Andrade)

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Saudade dói... :(

Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é a saudade.


Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade de um filho que estuda fora.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem essas saudades todas.


Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.
Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ou quando alguém ou algo não deixa que esse amor siga, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.


Saudade é basicamente não saber.


Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.
Não saber se ela ainda usa aquela saia.
Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada; se ele tem assistido às aulas de inglês, se aprendeu a entrar na Internet e encontrar a página do Diário Oficial; se ela aprendeu a estacionar entre dois carros; se ele continua preferindo Malzebier; se ela continua preferindo suco; se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados; se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor; se ele continua cantando tão bem; se ela continua detestando o MC Donald's; se ele continua amando; se ela continua a chorar até nas comédias.


Saudade é não saber mesmo!


Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos; não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento; não saber como frear as lágrimas diante de uma música; não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer.
É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso...
É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer.


Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler...


(Miguel Falabella)


E agora tô aqui chorando feito uma bobonilda... :'(

Saudade... dói e, muito! 

Vou-me embora pra Pasárgada...

...


Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei


Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive


E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada


Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.
(Manuel Bandeira)


Texto extraído do livro "Bandeira a Vida Inteira", Editora Alumbramento – Rio de Janeiro, 1986, pág. 90

sábado, 2 de abril de 2011

Dia internacional de conscientização sobre o AUTISMO.

Oi, povo.
Acho que muita gente sabe mas, para aqueles que desconhecem, hoje é o dia internacional de conscientização sobre o autismo. Uma doença que atinge hoje, em média, 1 em cada 110 crianças.
Esse dia "foi criado" pela ONU em 2007. Com a finalidade de CONSCIENTIZAR mesmo às pessoas. Que à cada dia percebo que precisam mais e mais (e sobre muitos assuntos).

Há pouco tempo eu li um livro sobre a doença. 
Sou compulssiva por livros e, numa dessas minhas idas à livraria deparei-me com "Sinto-me só", de Karl Taro Greenfeld. Peguei o livro, passei o olho na contra-capa e disse: "Vou levar!"

E não me arrependi!

Karl é irmão de um autista e conta, sobre sua parcipação positiva e, por vezes, negativa na evolução, no desenvolvimento do irmão.
A relação entre os dois é uma verdadeira lição sobre o que significa ser uma família, um irmão, uma pessoa. A franqueza de "Sinto-me só" é arrebatadora e não deixará ninguém indiferente. Um exemplo de humanidade.

Eu recomendo!

Um dia, lendo o livro em um momento vago no trabalho, uma criatura disse-me: "Nossa, você só lê livro depressivo!".
Tenho pena desse tipo de gente! Gente que desconhece e que tende a não conhecer nunca, né?! Ignorância é o "fim da picada" !

Enfim, voltando ao foco do post.

O autismo é uma disfunção global do desenvolvimento. É uma alteração que afeta a capacidade de comunicação do indivíduo, de socialização (estabelecer relacionamentos) e de comportamento (responder apropriadamente ao ambiente — segundo as normas que regulam essas respostas). Esta desordem faz parte de um grupo de síndromes chamado transtorno global do desenvolvimento (TGD), também conhecido como transtorno invasivo do desenvolvimento (TID).

Para esclarecer um pouco, segue uma matéria que saiu na revista Crescer (Por Ana Paula Pontes), história de irmãs gêmesas onde uma tem o autismo e a outra não. Segue: 

“Aqui mora uma família feliz.” As palavras talhadas na plaquinha de madeira que enfeita a porta do apartamento da pedagoga Luciana Nassif, 39 anos, e do comerciante Marcos Antonio Cavichioli, 46, em São Paulo, antecipam o clima que eu iria encontrar na casa dessa família, apesar da avalanche de sentimentos que tomou a todos nos últimos anos. Com um sorriso no rosto, um tererê ornando os longos cabelos lisos e castanhos, quem me recebe é uma das gêmeas do casal, Isabela, 8 anos. Assim que entro, sou convidada a conhecer sua irmã. No quarto, com a babá, Mariana se mostrou indiferente com a minha chegada. Mesmo com a insistência da mãe para que se virasse para mim, continuou com um olhar cabisbaixo. Mari Mari, como é carinhosamente chamada, é autista.

Ela está aprendendo agora a demonstrar e a receber carinho, por gestos. Mari Mari não fala. Ela tem um grau severo do transtorno do espectro autista, termo que os especialistas usam para se referir aos diversos graus que envolvem o autismo. Fica mais fácil entender se comparamos a um dégradé, desde cores muito escuras, em que se encontram os casos mais graves, até as cores claras. Por isso cada criança tem um ritmo próprio de desenvolvimento. Para Mari Mari, que estaria na parte escura deste dégradé, é preciso ensinar o que parece tão corriqueiro. Há um ano, e pela primeira vez, a menina abraçou a mãe – um dos pilares do comportamento autista é a dificuldade de interação com o outro. É um abraço “adaptado”. Ela aceita o carinho, mas não cruza as mãos por trás das costas da pessoa. Em vários momentos da entrevista, ela corria, na ponta dos pés (um comportamento que começou aos 5 anos) para o colo da mãe, sorria, trazia o boneco predileto, gargalhava. O contato visual, o beijo, que não é aquele estalo no rosto, mas uma encostadinha apenas, demonstrações de interesse pela irmã e o sorriso presente no rosto eram cenas apenas sonhadas pela família até pouco tempo.

A mãe me conta, em tom de orgulho, as recentes conquistas da filha. Mari Mari não se incomoda mais se uma criança chega perto dela no parquinho, mesmo que prefira estar só, e ganhou autonomia para comer sozinha e “pedir” o que tem vontade, como quando leva o litro de leite até a mãe para que ela o esquente. “Pode parecer pouco, mas esse é um grande avanço”, diz Luciana. Não, não é fácil ter um filho autista. Mas o diagnóstico não é o fim, e sim um novo começo na vida de toda a família.

Onde tudo começa?

A ciência não descobriu, até hoje, a causa da doença. O que os especialistas concordam é a forte influência da genética na alteração do funcionamento do cérebro do autista. 
Alguns genes – e muitos foram identificados – podem ou ser herdados mutados dos pais, algo raro, ou sofrer novas mutações durante a formação do embrião. Mas não para por aí. Várias teorias são relacionadas a todo momento com o aparecimento do transtorno, mas nem todas são referendadas pelos médicos e nada é conclusivo. 
Alimentação, vacinação, infecções na gravidez e até intercorrências no parto ou nos primeiros anos de vida integram essa lista. As pesquisas relacionam até fertilização in vitro e prematuridade, como é o caso das gêmeas, que nasceram de 32 semanas.

Isabela saiu da maternidade em cinco dias. A irmã, nos mais de três meses em uma UTI neonatal, passou por uma cirurgia cardíaca e diversos exames, inclusive para detectar a existência de alguma síndrome por ter nascido com as orelhas mais baixas e os dedos levemente flexionados. Mari Mari, segundo os médicos, tinha atraso no desenvolvimento neuropsicomotor.

Mesmo acompanhada por uma equipe multidisciplinar desde os seis meses, não mostrava avanços. “Ela gostava de ficar sozinha na escola e, aos 2 anos, teve a primeira convulsão (problema que afeta 25% dos autistas).” 
Aos 3, os atrasos ficaram evidentes e ela passou a balançar as mãos quando ficava nervosa. “Quando questionei o neurologista que a acompanhava sobre a possibilidade de autismo, ele disse que eu não sabia o que era uma criança com o transtorno. Nunca vou me esquecer disso”, diz. A avó materna das meninas, que desconfiava da existência de um problema maior, mostrou a Luciana uma reportagem sobre autismo. Depois de ler, ela agendou uma consulta com um dos especialistas entrevistados. Em 40 minutos e aos 4 anos e 7 meses, a família soube que Mari Mari era autista.

Essa trajetória desgastante não é incomum. Como não há um exame que detecte o transtorno, o diagnóstico é clínico, feito com base no comportamento da criança. E pode levar muito tempo para chegar a uma conclusão. “O ideal é descobrir o transtorno com cerca de 1 ano, quando os tratamentos dão resultados melhores”, diz Antonio Carlos de Farias, neurologista infantil do Hospital Pequeno Príncipe (PR), pesquisador e coautor do livro Transtornos Mentais em Crianças e Adolescentes: Mitos e Fatos (Ed. Autores Paranaenses). 
Se identificado nessa fase, ou até os dois anos, a chance de a criança falar é de 75%. “No Brasil, estima-se que existam 1 milhão e meio de autistas, e menos de 5% recebem a assistência adequada”, diz Estevão Vadasz, psiquiatra, que estuda o assunto desde 1978, coordenador do Programa dos Transtornos do Espectro Autista, referência no país, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP. 

Bem, é isso.
Segue um poema de Neruda que tem tudo a ver:


Talvez .......

Talvez não ser,
é ser sem que tu sejas,
sem que vás cortando
o meio dia com uma
flor azul,
sem que caminhes mais tarde
pela névoa e pelos tijolos,
sem essa luz que levas na mão
que, talvez, outros não verão dourada,
que talvez ninguém
soube que crescia
como a origem vermelha da rosa,
sem que sejas, enfim,
sem que viesses brusca, incitante
conhecer a minha vida,
rajada de roseira,
trigo do vento,

E desde então, sou porque tu és
E desde então és
sou e somos...
E por amor
Serei... Serás...Seremos..."

(Pablo Neruda)

Minha gente, muito mais do que sairmos de nossas casas vestidos de azul hoje, vistamos nossas almas com toda a solidariedade do mundo, que tenhamos a paciência e que façamos o esforço necessários para que a vida desses que possuem um mundo à parte (o que seria a solução para uns, mas que é um sofrimento para outros) a terem uma vida melhor!

E que, acima de tudo respeitemos toda e qualquer diferença! E em todos os dias de nossa significante existência!

RESPEITO é tudo!

Beijos, Consciência, Paz e muito Amor a todos,

Raquel Moren.

(fonte: Wikipédia ; Revista Crescer )


quarta-feira, 30 de março de 2011

À José Alencar, por seu exemplo de vida! :(





José Alencar

Há algum tempo eu venho acompanhando a história de José Alencar Gomes da Silva, esse mineiro vencedor desde o nascimento.

E hoje, ou melhor, ontem recebi, como todo o Brasil, a triste notícia de que ele tinha ido pro Céu. E senti muito por isso. Sem demagogia alguma.

Eu não conheci os meus avós e lembro-me de quando pequena dizer pra minha mãe que eu queria um avô daquele jeito. Eu cresci, o tempo passou, eu aprendi muita coisa, conheci outras e ele, o Zé, que eu nunca conheci pessoalmente, sempre foi aquela figura pública que eu admirei e admiro. Acho mesmo que só ele... Na política. Hoje tem a Marina, o Cristóvão Buarque... Mas, o Zé... Aquele brilho único no olhar.

Infelizmente, eu lembro muito mais do tempo dele já doente. Entrando e saindo do hospital, por vezes com a aparência debilitada, mas sempre com aquele olhar cheio de esperança, cheio de entusiasmo... Cheio de emoção... Acho que isso foi o que mais me conquistou nele.

O olhar!

Este homem do nada, só com sua força de vontade e disposição, criou um império, que entregou nas mãos do filho e se entregou à sua vocação, a política. E como homem público conquistou muita gente, por suas críticas totalmente fundamentadas, justas, pelo seu bom caráter, por amar esse país, pela força de vontade, pela esperança que, como disse, passava com o olhar.


Segue o prefácio (escrito pelo oncologista do Sírio Libanês, que o acompanhou) de sua biografia, escrita por Eliane Catanhêde:


“Recebi com satisfação a tarefa de escrever o prefácio deste livro cujo personagem principal é nada menos que o nosso querido vice-presidente da República, José Alencar Gomes da Silva, alguém que aprendi a respeitar como político e a admirar como ser humano. Além das qualidades bem conhecidas por todos, Alencar se destaca por ser um patriota e um profundo conhecedor da história brasileira. Eu diria que é impossível conhecê-lo e não gostar dele.

Meu primeiro contato com o vice-presidente foi em julho de 2006, quando foi feito o diagnóstico de um sarcoma no retroperitônio. Fui chamado pelos doutores Roberto Kalil, Raul Cutait e Miguel Srougi, estrelas da medicina brasileira, para opinar sobre o caso. Não foi uma tarefa fácil, pois se tratava do vice-presidente da nação – e justamente em época de eleição! Além disso, eu tinha acabado de chegar ao país e estava me familiarizando com o caso, enquanto os outros colegas já o conheciam havia muitos anos. Não é surpresa, portanto, que nosso relacionamento inicial tenha sido bastante formal.

Tive a oportunidade de conhecê-lo de forma mais profunda quando viajamos juntos para Nova York em novembro do mesmo ano, para a primeira operação feita pelo Dr. Murray Brennan, do Memorial Sloan Kettering, e pudemos conversar longamente. O próprio Alencar gosta de dizer que mineiro é desconfiado, “porque atrás de morro tem morro”, e faz questão de saber todos os detalhes de sua doença e de seus tratamentos.

Também foi nessa viagem que conheci outra faceta do vice-presidente, a de não esconder seu real estado de saúde. Seu pedido para que não ocultássemos nada da imprensa – e, portanto, do público – acabou por transformá-lo em exemplo e estímulo para milhares de brasileiros que enfrentam essa terrível doença.

Obviamente tivemos altos e baixos durante o tratamento, e dou meu testemunho de que ele nunca esmoreceu, se revoltou ou deixou de fazer o que lhe era recomendado.
Em setembro de 2009, o vice-presidente compareceu a uma sessão solene da Câmara Distrital, na qual recebi o título de Cidadão Honorário de Brasília, emocionando a todos com seu discurso e com sua garra, ainda mais impressionante porque o tratamento experimental a que se submetia nos Estados Unidos havia falhado e ele estava visivelmente doente.

No dia seguinte, fui chamado ao Palácio do Jaburu e pela primeira vez o encontrei desanimado. Caminhamos juntos próximo ao lago, e ele parecia decidido a não se submeter mais à quimioterapia, aceitando o seu destino. Após conversarmos longamente, animou-se e resolveu continuar o tratamento. Para nossa alegria, teve uma resposta espetacular, que durou um ano inteiro.

Em outubro de 2010, infelizmente, o quadro voltou a se agravar e ele está fazendo quimioterapia e lutando pela vida, uma constante nos últimos quatro anos. Como sempre, continua a despertar grande admiração por sua perseverança no combate ao câncer e a liderar pelo exemplo.
Quando nota alguém desanimado em relação à doença, repete sempre o brado do Almirante Barroso na batalha do Riachuelo: “Sustentar o fogo que a vitória é nossa!”. “

(Paulo Hoff, Oncologista do Hospital Sírio-Libanês e professor titular de Oncologia Clínica da USP)


Não consigo esquecer de uma entrevista que ele deu ao Fantástico, não me recordo quando, onde ele disse:




Eu não tenho medo da morte, tenho medo da desonra. A morte é um fenômeno natural. Assim como você nasce, vai morrer um dia. Não temos que pensar nisso de forma alguma.
E você vai viver o tempo que Deus quiser que você viva. Eu não posso, de forma alguma, pensar que vai acontecer alguma coisa comigo sem que Deus queira. E se Deus quiser, inclusive que eu morra, é porque vai ser bom para mim. Porque Deus não faz nada ruim contra ninguém.”

Ele agradece a Deus. E não pede nada. 

"Deus não deve. E nem eu quero que Ele me dê nem um dia de vida a mais de que não possa me orgulhar.
Se Deus achar que a minha vida pode ser útil e me der mais um dia de vida, eu fico naturalmente reconhecido e vou procurar fazer que esse dia seja útil", explica. 

Nesta entrevista, quando perguntado sobre o que esperava da vida dali pra frente, ele responde: 

"Espero legar um herança da qual seus herdeiros possam se orgulhar, mais nada", revela.

(fonte: globo.com)

É essa confiança, essa humildade, essa perseverança... Essa fé toda que lhe é peculiar que sempre me encantaram... Não só a mim, mas à milhões de cidadãos. 
Um homem que enfrentou 17 cirurgias, mais de 13 anos de tratamento contra uma doença que, infelizmente, o derrotou.
Ou melhor, não o derrotou. Porque ele venceu... Dia após dia. Porque ele sempre foi um grande vitorioso. Com certeza, um espírito evoluído. E que agora, aos seus 79 anos, merecidamente, descansou. Em paz! Na paz de Deus... Com a benção de Deus.



Zé, onde quer que você esteja que Deus esteja com você, e os espíritos de luz te encaminhem pelo melhor rumo.  

Aqui a minha admiração e os meus sentimentos,
Raquel Moren.