sexta-feira, 5 de março de 2010

sou o além desse corpo


Lembrar de não me grudar ao meu corpo!
Não esquecer que essa casca que envolve meu espírito, minha parte divina, é finita. É cíclica e não eterna.

Esse meu corpo eu devolvo pra terra.
Essa energia material eu reciclo.
E retorno, e retorno.


Não sou esse corpo.
Sou o além desse corpo.
Sou sua parte imaterial, sou sua parte abstrata e inatingível. Sou para o infinito de suas subjetividades.

Não sou o cheiro desse corpo.
O cheiro como produto do meu ser é um estado vulnerável de mim.
Meu corpo é onda. É ciclo. É terra, fogo e ar em outras proporções. É alimentado de água e vida. Meu corpo é dualista. É divino e terreno. É sagrado. É buraco e preenchimento. É pecado e sacrifício. É prazer e dor.
Sou eu e o todo, ligados por algo maior.


Posso adereçar meu corpo. Torná-lo atraente, chamativo. Posso deformá-lo. Posso moldá-lo com minhas atitudes e palavras, moldá-lo com meus “nãos”, principalmente.

Mas será sempre uma experiência transitória. Eterna em conhecimento humano, mesmo que inconsciente.
Eterna em vivencias sensoriais.
Mas finita como matéria física.


Luz!

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